sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A vaquinha

História já conhecida por muitos, mas sempre tem alguém que ainda não ouviu falar. E mesmo se você já conhece a história, vale a pena lembrar. Vamos lá.


Era uma vez, um sábio chinês e seu discípulo. Em suas andanças pelo interior da China, avistaram ao topo de um monte um casebre de extrema pobreza onde vivia um homem, uma mulher, 3 filhos pequenos e uma vaquinha magra e cansada.
Com fome e sede, o sábio e o discípulo pediram abrigo e foram recebidos. O sábio perguntou à família como conseguiam sobreviver naquela pobreza e longe de tudo.

- O senhor vê aquela vaca ? - disse o pai de família. Dela tiramos todo o nosso sustento. Ela nos dá leite que bebemos e transformamos em queijo e coalhada. Quando sobra, vamos à cidade e trocamos por outros alimentos. É assim que vivemos.

O sábio agradeceu e partiu com o discípulo. Nem bem fizeram a primeira curva, disse ao discípulo :

- Volte lá, pegue a vaquinha, leve-a àquele precipício ali em frente e atire-a lá em baixo.

O discípulo não acreditou no que estava ouvindo. 

- Não posso fazer isso, mestre! Como pode ser tão ingrato e cruel? A vaquinha é tudo o que eles têm. Se a vaca morrer, eles morrem!

O sábio, como convém aos sábios chineses, apenas respirou fundo e repetiu a ordem :

- Vá lá e empurre a vaquinha.

Indignado porém resignado, o discípulo assim fez. A vaca foi precipício abaixo, estatelou-se em uma pedra, e morreu.

Alguns anos se passaram e o discípulo sempre com aquele remorso. Num certo dia, moído pela culpa, abandonou o sábio e decidiu voltar àquele lugar. Queria ajudar a família, pedir desculpas.

Ao fazer a curva da estrada, não acreditou no que seus olhos viram. No lugar do casebre desmazelado havia um sítio maravilhoso, com árvores, piscina, carro importado, antena parabólica... Perto da churrasqueira, os jovens filhos, lindos, robustos comemorando com os pais a conquista do primeiro milhão. O coração do discípulo gelou. Decerto, não é a mesma família, pensou. Com certeza, vencidos pela fome, foram obrigados a vender o terreno e ir embora. Devem estar mendigando na rua, imaginou o discípulo. Mas resolveu confirmar.

Aproximou-se do dono da casa e perguntou se ele sabia o paradeiro da família que havia morado lá há alguns anos.

- Claro que sei. Você está olhando para ela. Nossa família sempre morou aqui.

Incrédulo, o discípulo fitou ao homem, sua mulher e filhos, e finalmente os reconheceu. Era o mesmo homem de antes, só que mais forte, confiante. A mulher estava mais feliz, e as crianças, agora adolescentes fortes e saudáveis. Espantado, dirigiu-se ao homem e disse :

- Mas o que aconteceu? Eu estive aqui com meu mestre há alguns anos atrás e era um lugar miserável, não havia nada. O que o senhor fez para melhorar de vida em tão pouco tempo?

O homem olhou para o discípulo, sorriu e respondeu :

- Nós tínhamos uma vaquinha, de onde tirávamos o nosso sustento. Era tudo o que possuíamos. Mas um dia ela caiu no precipício e morreu. Para sobreviver, tivemos que fazer outras coisas. Começamos a tentar coisas novas, desenvolver habilidades que nem sabíamos que tínhamos. E foi assim, buscando novas soluções, que começamos a prosperar e hoje, como pode ver, estamos muito melhor que antes.

Moral da história: Às vezes a dependência que temos de algo pequeno e limitado é o maior obstáculo ao nosso crescimento.Talvez a melhor coisa que pode acontecer com você é empurrar a sua “vaquinha” precipício abaixo. Uma vez livre daquele pensamento “é pouco mas é garantido”, daquela idéia “não é bom mas vamos levando”, e aquela outra “não estou bem mas tem gente muito pior que eu” — é que a sua vida realmente vai mudar.

Existe uma vaquinha na sua vida que lhe mantém miserável?

2 comentários:

  1. Muito forte!
    Essa história me faz lembrar uma palavra que o Bispo Guaracy deu, em que ele disse que o Senhor Jesus não realiza muitos dos nossos sonhos por não corresponderem aos sonhos que ele têm pra nossa vida!
    Aproveitando... quero parabenizá-los pelo novo layout do site: muito bom!

    ResponderExcluir
  2. Obrigado, obreira Leila!

    Estamos abertos a críticas e sugestões. Quem quiser nos ajudar pode postar um comentário ou enviar um e-mail para terapiamoc@gmail.com.

    Eis-nos aqui!

    ResponderExcluir